Um estudo da ONU (Organização das Nações Unidas) Mulheres em parceria com a Universidade Federal do Ceará e Instituto Maria da Penha mostrou que 27% de todas as mulheres com idades entre 15 e 49 anos no Nordeste já foram vítimas de violência doméstica ao longo da vida e 17% das nordestinas foram agredidas fisicamente pelo menos uma vez na vida. As cidades de Salvador, Natal e Fortaleza foram consideradas as cidades mais violentas ao longo da vida das mulheres.
A pesquisa ouviu 10 mil mulheres da região Nordeste durante 12 meses. O resultado é um estudo que liga a violência doméstica com foco entre gerações, vulnerabilidades raciais e socioeconômicas e incidência sobre a saúde, direitos sexuais e direitos reprodutivos das mulheres.
Nos últimos 12 meses, 11% das mulheres nordestinas foram vítimas de violência psicológica, enquanto 5% sofreram agressões físicas e 2% violência sexual no contexto doméstico e familiar. Dentre as nove capitais investigadas, a violência psicológica foi identificada por 16% das mulheres entrevistadas em Natal; a violência física, por 7% das mulheres de Maceió; e a violência sexual, por 4% das mulheres de Aracaju.
Os dados fazem parte da Pesquisa Condições Socioeconômicas e Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher, que entrevistou 10 mil mulheres, representativas de 5 milhões de mulheres que vivem nas nove capitais do Nordeste. Em Maceió (69%) e Recife (53%) a frequência da violência doméstica desponta com incidência considerável (às vezes, frequente ou sempre) nos últimos 12 meses.
A pesquisa afirma traçar um quadro concreto para ação urgente do poder público e da sociedade brasileira, com dados fundamentais para a formulação e a execução de políticas públicas de prevenção e enfrentamento da violência de gênero. A pesquisa também contou com o apoio do Instituto Avon.