Em resposta ao chamado bloco do G8, que surgiu com o mal-disfarçado propósito de pressionar o governo a atender as demandas dos seus oito parlamentares governistas, um novo grupo informal de oito deputados foi lançado hoje na Assembleia com o objetivo contrário: apoiar o governo de forma declarada, segundo seus integrantes, debatendo de forma “colaborativa os projetos e decisões” na Casa.
O novo bloco é formado por Rogério Andrade e Mateus Ferreira, do MDB, Soane Galvão e Fabíola Mansur, do PSB, e Niltinho, Eduardo Salles, Hassan e Antônio Henrique, do PP. Juntos, os oito deputados tiveram mais de 530 mil votos na eleição de 2022, sendo eleitos de forma majoritária em municípios de grande importância regional. Eles já comunicaram a decisão ao presidente da Casa, Adolfo Menezes, ao líder do governo, Rosemberg Pinto (PT), e ao chefe de gabinete do governador Jerônimo Rodrigues, Adolfo Loyola.
Conforme o regimento interno da Casa, o novo bloco só poderá ser formalizado em fevereiro de 2024, quando inicia o novo ano legislativo, e já será ampliado obrigatoriamente com mais dois deputados, o que o tornaria, com dez componentes, a segunda maior bancada da Assembleia Legislativa da Bahia, segundo seus integrantes. Existe ainda a possibilidade de inclusão de parlamentares de outros partidos.
Os oito deputados esclarecem que a formação do novo bloco, embora tenha por objetivo apoiar o governo, não exigirá cargos nem tem a pretensão de ser divisor de águas em votações importantes na Assembleia. A nova formação é resultado do grupo que inicialmente pensou o G8, mas se desgarrou dos outros colegas por perceber que eles tinha propósitos políticos na Casa diferentes do que planejavam.
Entre as consequências da nova iniciativa, se prevê, naturalmente, o enfraquecimento do G8, que tem sido alvo de críticas constantes no próprio governo. As especulações são de que o governo, inclusive, trabalhou diretamente pela nova formação de olho no enfraquecimento do primeiro grupo de parlamentares que se uniu.
