O lixo continua agredindo o rio Paraguaçu no seu percurso urbano por Cachoeira apesar de melhoras localizadas na área litorânea feitas pelo ex-Prefeito Carlos Pereira. Nos bairros pobres, como o Virador, a falta de educação ambiental da própria população que conta com serviço de limpeza pública regular faz do leito do rio seu lixão particular.
Isso numa área onde dezenas de famílias complementam sua pouca renda com a coleta de siris e uma pesca artesanal regular. A lixarada torna visivelmente um risco para a saúde pública, um crime contra o meio-ambiente e a população humilde que consome esses pescados ou os revende.
O atual Prefeito, Tato Pereira, tem no saneamento do rio e nos projetos de educação ambiental na cidade um desafio importante a ser enfrentado.
Especialista – Em entrevista ao Recôncavo o engenheiro ambiental da USP, Dalmo Montanhol, alerta que qualquer gestor municipal pode resolver questões como essa através da carteira dos bancos ou organismos federais e internacionais para apoiar projetos de desenvolvimento sustentável.
“A articulação com órgãos estaduais e a universidade pode ajudar e muito o enfrentamento desse para transformar a consciência ambiental da população, restabelecer a vida plena desse rio histórico e dadivoso e atrair projetos de entretenimento, lazer e esporte para esse patrimônio de Cachoeira, tão importante quanto seu acervo arquitetônico colonial”, afirmou o engenheiro.
Segundo o especialista o prefeito poderia começar com um mutirão didático. Depois, um trabalho de visitação às casas ribeirinhas. Posteriormente, a criação de um serviço permanente de coleta de resíduos cairia muito bem à gestão. Isso, enquanto se estrutura uma política de saneamento com apoio dos Governos estadual e federal. “Essa agenda pode colocar o Prefeito de Cachoeira na mira das organizações que lutam pela defesa do meio-ambiente. E quem sabe, tornar a cidade um exemplo no cuidado com o rio que lhe pariu e viu crescer”, aconselhou Dalmo.