O ex-prefeito de Santo Amaro, Ricardo Machado (PT), se apresentou à Polícia Federal em Salvador nesta sexta-feira (7). A informação foi confirmada pela assessoria da PF. Todos os alvos da operação se apresentaram, mas o ex-prefeito foi o único que não foi ouvido pelo delegado. Uma nova data, na próxima semana, foi marcada para Machado prestar depoimento, segundo a PF.
Machado era um dos alvos dos sete mandados de condução coercitiva que a PF buscou cumprir na manhã de quinta-feira (6), na quinta fase da Operação Adsumus.
No entanto, o ex-gestor acusado de integrar um esquema criminoso na sua cidade não foi localizado. “Ele não foi encontrado em casa e a esposa não soube informar o paradeiro”, disse a delegada Luciana Matutino.
Além disso, a Polícia Federal tem novas descobertas na teia que sustentava a corrupção envolvendo eventos, shows, na secretaria de educação e saúde de Santo Amaro. É que o empresário que se tornou conhecido no universo da axé music como dono do Camarote Axezeiro e sócio de bandas baianas, Manoel de Andrade Barreto foi o principal alvo da nova fase da Operação Adsumus, deflagrada conjuntamente ontem pelo Ministério Público do Estado e a Polícia Federal. De acordo com a coluna Satélite, Barreto era o operador de propinas desviadas de contratos para eventos e shows de artistas firmados, sem licitação, com a prefeitura de Santo Amaro na gestão do petista Ricardo Machado (2009-2016). O empresário, cuja identidade estava sob sigilo, foi conduzido coercitivamente e ouvido por promotores de Justiça da cidade, sede da operação.
O esquema, apontaram investigadores da Adsumus, utilizava uma teia de corrupção formada por empresas de entretenimento em nome de laranjas. Em duas delas – Rede Axezeiro e Central de Bandas -, figuram como proprietárias a mãe e uma irmã do operador. Amigo pessoal do ex-prefeito de Santo Amaro, outro alvo da nova ação, Manoel de Andrade Barreto possui ainda uma rede de farmácias em Salvador e o Haras MAB, em Alagoinhas, premiado pela criação de cavalos da raça quarto de milha. O empresário é suspeito também de repassar propinas originadas de verbas federais nas áreas de Saúde e Educação.