Com 83,4% de estudantes autodeclarados negros e 82% oriundos de famílias com renda total de até um salário mínimo e meio, a Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB) chega ao seu 12º aniversário neste sábado, dia 29 de julho. Fruto da política pública de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (REUNI), a UFRB comemora o crescimento do número de jovens baianos, em especial da população mais negra e pobre, com acesso ao nível superior nos últimos anos.
Desde a sua criação em 2005, a primeira universidade federal do interior da Bahia elevou a oferta de vagas para além da capital do estado e vem ganhando destaque no cenário nacional pela sua política de inclusão social. Foi a primeira universidade do país a ter uma Pró-Reitoria de Políticas Afirmativas e a aplicar integralmente a Lei de Cotas em 2012. Hoje, a instituição conta com sete centros de ensino em seis cidades do Recôncavo, onde circulam 12.345 estudantes, dos quais 91.5% são da Bahia.
Os dados fazem parte do “Perfil dos Estudantes de Graduação da UFRB”, publicado neste mês e apresentado para a imprensa pelo reitor da instituição, Silvio Soglia. As informações foram produzidas a partir de dados atualizados pela própria universidade e com base na “IV Pesquisa do Perfil Socioeconômico e Cultural dos Estudantes de Graduação das Instituições Federais de Ensino Superior Brasileira – 2014”, realizada pelo Fórum Nacional de Pró-Reitores de Assuntos Comunitários e Estudantis (FONAPRACE) em parceria com a Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior no Brasil (ANDIFES).
Para o reitor, esses dados têm o potencial de oferecer uma visão ampla e integrada sobre o perfil dos estudantes da UFRB, que está bem à frente da média nacional. “Apesar de o acesso dos negros à universidade ter aumentado para 47,57% no país, em mais de uma década de existência da UFRB essa diferença ainda é expressiva. Em outra comparação, a maioria dos nossos estudantes tem renda familiar per capita de R$ 486,38, enquanto no Brasil a média é de R$ 916,80”, destacou Soglia.
“Privilegiamos a descrição de variáveis-chave para a assistência estudantil em toda a instituição, mas também de forma segmentada pelos campi/centros que compõem a estrutura multicampi da universidade”, explicou o professor Everson Meireles, chefe do Núcleo de Estudos, Formação e Pesquisa em Ações Afirmativas e Assuntos Estudantis (NUFOPE), responsável pela pesquisa.
De acordo com Soglia, os resultados só fortalecem o compromisso da UFRB com o seu projeto original, as conquistas da expansão, da interiorização, da criação, difusão e inovação de tecnologia e conhecimento, das ações comunitárias e de extensão, das políticas de permanência e ações afirmativas.