O governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT), comentou sobre os resultados da “megaoperação” da Polícia do Rio de Janeiro contra a atuação do Comando Vermelho na capital fluminense. Em declaração dada nesta quarta-feira (29), o gestor estadual destacou a preparação para possíveis reações do crime organizado na Bahia.
“Na Bahia, nós nos preparamos para qualquer tipo de reação que pudesse acontecer aqui. O secretário Marcelo está acompanhando por minuto essa situação”, afirma. Ele afirmou ainda que o exemplo deixado pelo Rio de Janeiro, que, nesta ação, protagonizou a operação policial mais letal da história brasileira, deve pautar as revisões metodológicas das polícias em todo o país.
“Outra fotografia posta é que a forma como se deve tratar temas como este. Não deve ser com a força bruta desse formato, esse modelo é possível que não sirva. Nós temos que ter a unidade entre governo federal, governo do estado, para fortalecermos as forças estaduais”, destacou. O governador completa afirmando que, até o momento, a SSP-BA “dá conta” da demanda de gestão de segurança, sem necessitar de suporte nacional.
“Não há previsão de nenhum pedido de reforço aqui na Bahia, nós damos conta do que nós estamos fazendo. A Secretaria de Segurança Pública está preparada com a inteligência, com a Polícia civil, com a Militar, para poder evitar que qualquer tipo de ação repercuta aqui”, completa.
Jerônimo comentou ainda sobre a identificação de suspeitos baianos entre os alvos da ação no Rio de Janeiro.
“O fato de termos baianos envolvidos, isso é a mobilidade deles. Eles mandam os representantes de um canto para outro e a ordem que eu dei ao Marcelo [Werner, secretário estadual de Segurança Pública] era poder acompanhar, porque a responsabilidade é da Polícia do Rio de Janeiro, mas podemos acompanhar para ver o que nós, enquanto Estado da Bahia, podemos ajudar nessa situação, ver esses sete que estão lá colocados como baianos, que tipo de atuação eles têm aqui, para a gente também botar inteligência para poder acompanhar”, destacou o governador.
Jerônimo oferece apoio da Bahia após operação contra o Comando Vermelho
O governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT) afirmou ontem que está acompanhando de perto a situação no Rio de Janeiro após a megaoperação policial que deixou mais de 130 mortos, incluindo quatro policiais, dois militares e dois civis. A ofensiva, realizada nos complexos do Alemão e da Penha, teve como alvo o Comando Vermelho (CV), uma das principais facções criminosas do país.
Segundo o governador, o secretário de Segurança Pública da Bahia, Marcelo Werner, foi acionado para manter o governo baiano informado sobre os desdobramentos da ação. “Desde o primeiro momento, o secretário Marcelo Werner tem me mantido informado. Tenho cobrado posicionamento, mas é a Polícia Militar do Rio, é a inteligência da segurança do Rio que está monitorando, e mantendo o meu secretário informado”, declarou Jerônimo durante a entrega de veículos aos Consórcios de Saúde.
Durante o evento, o petista também defendeu a aprovação da PEC da Segurança Pública, proposta apresentada pelo governo Lula como forma de fortalecer o combate ao crime organizado. “Se nós tivéssemos ali aprovada a PEC da segurança pública, nós teríamos, naturalmente, uma pressão maior sobre aqueles que resolvem cometer crimes bárbaros. Não dá para a gente imaginar que se vai resolver o problema colocando policiais expostos da forma como foi exposto ali”, avaliou.
Jerônimo revelou ainda que colocou as forças de segurança da Bahia à disposição para apoiar o governo do Rio na retomada da normalidade. “Hoje pela manhã, no grupo de governadores, nos colocamos à disposição com o envio de policiais, fazendo um mutirão. Mas o governo federal, já ontem à noite, logo eu percebi que está tendo o interesse e tentando ver como é que estende a mão. Nessa hora, não tem oposição”, afirmou.
O secretário Marcelo Werner também comentou a operação, destacando que a SSP-BA vem acompanhando a situação em contato direto com as autoridades fluminenses. “Estamos conversando ao longo do dia com os setores de inteligência da Secretaria de Segurança Pública, da Polícia Civil e da Polícia Militar com as suas congêneres no Rio de Janeiro justamente para poder identificar e qualificar alguns dos criminosos que foram presos, cerca de 81 que foram presos”, explicou.
Werner ressaltou que há cooperação entre os estados para combater o avanço das facções. “Nós não podemos deixar que as facções subjuguem o Estado de forma alguma e, por isso, a gente vem intensificando cada vez mais as ações de combate, não só no alcance e busca de lideranças, inclusive em outros estados, mas também fazendo um trabalho de descapitalização”, concluiu.