DESCARTÁVEL
O vice-procurador-geral eleitoral Nocolao Dino entregou ao TSE parecer em que defende a cassação de Michel Temer. Como já cumpriu boa parte do grosso da agenda neoliberal – entregou o pré-sal às petrolíferas transnacionais, impôs a terceirização e joga pesado para aprovar as reformas trabalhista e previdenciária – pode ser facilmente descartado pela direita. Igualzinho como aconteceu com Eduardo Cunha. O serviço sujo já foi feito, agora é queima de arquivo.
DECEPÇÃO
Observando com mais cuidado e atenção as inúmeras partes do longo depoimento, de mais de 4 horas, de Lula em Curitiba (PR), que viralizaram nas redes sociais, fica a impressão da falta de um melhor preparo do juiz Sérgio Moro. Fez perguntas rasas, demonstrou hesitação, insegurança e em certos momentos parecia até que ele era o depoente. Esperava-se mais de um magistrado cuja operação que comanda tanto tem impactado o Brasil.
VIRADA
O cientista político Emir Sader propõe ao povo partir para o ataque, assim como “fez Lula com Moro”, que inverteu o jogo. “Precisamos sair do cerco e passar a cercar o governo. As mobilizações convocadas para Brasília podem ser o momento de virada da situação estratégica da defensiva para a de ofensiva, pelo menos para promover um empate estratégico com o governo. Atacar no cenário decisivo e simbólico”.
RUBICÃO
“O Brasil está muitíssimo longe de ter vivido a grandeza da República de Roma, mas, politicamente, existe hoje uma certa similitude com os tempos em que César decidiu-se a cruzar o Rubicão. O país está dominando por uma elite perversa que destrói direitos e desequilibra o poder em favor dos ricos, impondo pesados confiscos tributários aos pobres”. Trecho de artigo do cientista político Aldo Fornazieri.
USURPAÇÃO
A excessiva judicialização da política no Brasil e a partidarização do Judiciário foram motivo de crítica do desembargador Rogério Favreto, que vê confusão nos poderes da República. “Uma coisa é corrigir um rumo em função de alguma ilegalidade ou da quebra de um preceito de uma boa gestão. Outra bem diferente é o Judiciário assumir a escolha de uma determinada política, o que é próprio do governante”.