Prefeitura de Cachoeira quer usar dinheiro da preservação do patrimônio para pagar shows

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Um Projeto de Lei polêmico foi aprovado pela Câmara de Vereadores de Cachoeira, no Recôncavo, na noite desta segunda-feira (5). A matéria é de autoria do Poder Executivo e altera a legislação que trata da preservação do patrimônio histórico da cidade, permitindo que recursos do Fundo de Preservação sejam usados para outras finalidades. O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) emitiu um parecer contrário à medida, e o Conselho Municipal de Política Cultural, órgão da sociedade civil, acionou o Ministério Público.

Foram sete os votos favoráveis ao projeto de lei. Com apenas dois votos contrários entre os presentes, do vereador Cristiano Alves (PSDB) e José Luiz Bernardo (PSD), o projeto foi aprovado sob clima agitado na Câmara, com fortes manifestações favoráveis e contrárias. “A oposição está fazendo tudo para que esse projeto seja derrotado, mas a palavra de vereadores que querem o bem do povo jamais vai votar contra. Hoje esse projeto sai daqui aprovado”, afirmou a vereadora Angélica Sapucaia (PL), após declarar seu voto.

Não são mais as casas do pobre que estão em primeiro plano. O que está em primeiro plano é o artigo primeiro, e o deste projeto de lei não fala em casas, fala em festas, em banda, em estrutura. Eu nunca vi prefeito nenhum usar o fundo para fazer isso. Vi prefeito usar para fazer jardim, mas eu vi, em todas as vezes, o prefeito consultar o Conselho Municipal de Cultura, e isso é o que não está acontecendo aqui agora”, justificou Bernardo ao votar contra o projeto.

Durante a sessão, foi apresentada uma proposta de emenda de autoria de Cristiano Alves (PSDB), que foi negada pelas comissões de Justiça e Redação Final e de Educação e Serviços Públicos, representadas, respectivamente, por Josmar Barbosa (PRB) e Angélica Sapucaia (PL).

O Fundo de Preservação do Patrimônio Cultural de Cachoeira (Funpatri) foi criado em novembro de 2001, fruto de uma iniciativa nacional. Na época, o governo federal lançou o programa Monumenta, que, através de convênios, destinava recursos para municípios com sítios históricos. O dinheiro deveria ser usado exclusivamente na preservação do patrimônio. Primeiro, um conselho curador fez a fiscalização, e depois, essa atribuição passou para o Conselho Municipal de Política Cultural de Cachoeira.

CORREIO

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