Quase metade da população brasileira admite ter problemas financeiros

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Ter o controle contínuo do próprio dinheiro, em tese, parece simples e, até mesmo, óbvio. Afinal, quem melhor do que você mesmo para saber quanto entra e sai da sua conta bancária? Uma pesquisa do SPC Brasil revela, no entanto, que 46% dos brasileiros assumem não ter organização financeira.

Isso significa que uma quantidade significativa de pessoas não controlam o quanto gastam, quanto pagam de juros, desconhecem o valor de seus rendimentos mensais e tampouco conseguem se planejar para imprevistos. As consequências são certas: apertos ao longo do mês, dificuldade para fechar as contas.

Para evitar contratempos e conquistar a estimada liberdade financeira, o planejamento é imprescindível. Ter domínio das finanças, além de gerar tranquilidade e fazer o dinheiro render melhor, auxilia na realização de objetivos.

O estudante de contabilidade Álvaro Matos, 23, também se planeja todos os meses para não passar aperto. A sua estratégia gira em torno da fatura do cartão de crédito, que é para onde vai cerca de 90% do seu salário. Ao contrário de Gabriel, no entanto, Álvaro não adota nenhum tipo de organização por escrito, prefere as notas mentais.

Apesar de não ser primordial, o professor de economia e conselheiro do Corecon-BA, Alex Gama recomenda o uso de planilhas e aplicativos para exercer a organização das finanças. Segundo ele, colocar as despesas na ponta do lápis – ou do mouse – facilita o processo de organização.

“A vantagem de fazer planilha é perceber, além dos custos fixos, os chamados custos invisíveis, que são aquelas despesas que, no dia a dia, as pessoas não se dão conta que estão pagando, como assinatura de streamings e outras coisas. Além disso, também torna-se mais fácil analisar os custos variáveis e até pensar se tem coisas que você pode abdicar”, destaca.

“Receitas prontas”

Não é incomum encontrar na internet “receitas” prontas de organização financeira, com indicações de quantias que devem ser investidas e guardadas e de métodos que devem ser utilizados. Em meio às diferentes realidades socioeconômicas, no entanto, a regra é uma só: começar o planejamento com o que tem, reforça o planejador financeiro Raphael Carneiro.

“Não dá para dizer que vai ser fácil para todo mundo. De fato, quem ganha um salário mínimo tem a vida bem apertada. Mas é tão importante quanto ou até mais importante ter esse controle, independentemente do rendimento. Ter domínio das finanças é fundamental, para poder entender o que pode ser feito com o dinheiro”, afirma.

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